quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Hoje não me parece um dos melhores dias que tive e claramente, isso é bastante incômodo. Poderia discorrer sobre o quanto estou cansada ou o quanto várias coisas insistem em invadir meus pensamentos e idéias e talvez eu resolva discorrer realmente sobre isso, mas agora não me parece muito interessante. Acontece que nesse misto de cansaço físico e emocional, resolvi recorrer ao meu livro fonte habitual. Chorei, relendo, talvez pela vigésima vez, sem exageros muito intensos, o meu livro preferido: "O pequeno príncipe". É impressionante como eu ainda me emociono em igual intensidade todas as vezes que percorro as suas páginas, que não sei quantas são e também não sou uma "pessoa grande" o bastante para me importar. E é ainda mais impressionante como esse livro consegue mudar completamente as minhas perspectivas e formas de visão, dar controle, equilibrio e um ar um tanto interessado nas coisas mais simples, que já me despertam naturalmente o interesse, mas se intensificam. Não sei bem explicar e também acho que emoção é algo extremamente individual. Tenho passado por alguns momentos pelos quais a sensação obtida não tem sido das mais agradáveis. Toda a sensação de cobrança e descrença por todos os lados, todo o pensamento que, mais sensato (e sou grata por um tanto de discernimento que ainda não sendo o exemplo de maturidade, me foi obtido), assumo, mais ainda assim preucupado, me fazem "tremer nas estruturas" em alguns momentos. É realmente dificil conviver com todas as percepções externas que nos cercam e é um tanto louco defender a "ferro e fogo" (ou ainda que não seja esse ditado: a todo custo) nossas percepções, quando completamente antagônicas as propostas por quem quer que seja. Dai meu principezinho (espero que ele não se incomode por também ter me cativado) e sua querida raposa me mostram que "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos" e dá para respirar um pouco nessa pessoalidade que venho exacerbando, cada vez com maior convicção e intensidade. O fato é que eu não gosto das porcentagens em 9. 90% e seus derivados me soam ainda com uma estranheza característica dos muito românticos ou ainda, empregando um termo mais adequado, dos muito intensos, e de fato é basicamente dificil entender a suposta incompletabilidade, se me permitir ou ainda se não me permitir o neologismo. E mais uma vez o meu principe, que tanto me cativa, me acode: "O que torna belo o deserto é que ele esconde um poço nalgum lugar". Espero portanto, que a água do poço tenha o mesmo significado que teve para o lindo principe e o seu devotado viajante perdido no deserto. Quanto ao resto? "É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas" e é assim que eu prefiro acreditar.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Preciso escrever. É necessário inebriar-me nesse paralelo de idéias e letras que surgem, naturalmente ou ainda por necessidade extrema de extravasar qualquer coisa que seja. Tenho me sentido impotente pela minha incapacidade, espero que provisória, de organizar idéias, já que, paradoxalmente, elas não surgem com tanta leveza ultimamente. Não sei bem o que tem acontecido. Parece que derrepente eu tenho um público alvo e esse alvo não deve ser atingido. Confuso, não é? Pois é, para mim é ainda mais confuso. Dai eu sinto a necessidade de não parar por nenhum segundo de digitar, para que as idéias não corram, não fujam, para que eu não corra o risco de derrepente o meu desejo fugir a mente, o meu foco fugir a mente. Costumo dizer e penso que todas as vezes que eu escrevo algo, na verdade essa coisa já encontra-se pronta, eu apenas transponho-a para um modo mais concreto, para um papel ou até mesmo para um blog. Acho que o que me motiva são os extremos. Os sentimentos fortes, as emoções fortes são extremamente perigosas, mas extremamente atrativas e quando elas vêm de surpresa, de forma imprevisivel, é ainda melhor. Eu venho por algum motivo, talvez, atingindo uma espécie de equilibrio parcial. O que não é de todo ruim, pelo contrário, mas quebra uma certa inconstantibilidade e loucura caracteristica. Muitas das pessoas mais brilhantes e interessantes que eu conheço são absolutamente inconstantes. A imprevisibilidade abre um milhão de portas. Como diria alguem cujo qual eu admiro muito, "cada pessoa é um milhão de possibilidades" é gostoso pensar assim, é gostoso poder descobrir possibilidades completamente inversas em apenas uma pessoa, é ainda mais gostoso descobrir como podemos nos surpreender, de variadas formas, com variadas intensidades. Qual é a graça de saber o que vai acontecer sempre? É gostoso se surpreender, principalmente consigo mesmo, é descobrindo mais sobre nossas possibilidades que vemos que podemos transpor idéias, ideais, pensamentos, sonhos, que podemos transpor o mundo. Por isso, o risco é necessário. É muito arriscado não ser linear, não ser constante, não ter uma linha total de pensamentos e atitudes. É muito arriscado decepcionar-se consigo mesmo, derrepente perceber que os seus planos hoje não fazem o menor sentido e talvez tenham feito o mínimo sentido um dia, apenas o mínimo sentido. É muito arriscado decepcionar também. Mas sem arriscar, a vida é muito mais arriscada. Deixar de viver é muito mais fácil do que morrer, mesmo que não se perceba isso diversas vezes. Dai, se privar dos riscos é se privar de sentir, é se privar de viver. É claro que você não precisa assumir a carapuça da loucura geral, mas extravassar nos riscos é um risco que sinceramente, eu prefiro correr.

domingo, 2 de agosto de 2009

Ele estava completamente livre, ele estava completamente feliz. Toda a sua felicidade derrepente me contagiou. E derrepente a febre desapareceu, a febre emocional desapareceu e eu descobri exatamente o que eu deveria fazer. Eu deveria fazer absolutamente aquilo que eu quisesse fazer e nada mais que isso e menos que isso nem pensar! E derrepente eu me senti completamente completa, como eu sempre fui e como não quis ver em alguns momentos. E derrepente, não mais que derrepente, toda a dúvida desapareceu e eu descobri que para onde eu quero chegar vem comigo apenas quem eu quiser e eu não preciso de motivos, de motivações maiores do que a minha própria felicidade. Vivemos sozinhos, ou melhor, nascemos sozinhos, em nosso inventário carregamos coisas que serão de nossa própria e única responsabilidade. Temos apenas uma vida, temos apenas alguns momentos e não se sabe quanto de vida nem quantos momentos teremos ainda, então, não faz sentido agradar o mundo e desagradar a nós mesmos, deixando o mundo escorrer por entre os dedos num passe de mágica. Claro que não sabemos de tudo, não sabemos do futuro, não sabemos onde nossas decisões vão nos levar. É um risco, claro que é um risco. Mas eu descobri que eu prefiro enfrentar consequências pelas minhas escolhas do que pela falta delas. Eu descobri que estou completamente livre e que pessoas livres voam.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Estive pensando: O ser humano é estranho. Não, ele é mais estranho do que a gente pensa. Necessita de carinho, mas despreza quem o oferece, revela necessidade de ser amado, mas trata quem lhe ama muitas vezes como dispensável. E daí possui a preferência pelo mais que dificil, pelo semi impossivel, talvez para reafirmar a situação triste e cliché de que amar é sofrer. Bobagem. Amar, muito pelo contrário, deve ser um refúgio a alma, tão cansada pelos rotineiros e habituais fardos sociais. Quando se está com quem se ama se tem a oportunidade de ser você mesmo, sem convenções, sem necessidade de convencimento e ser admirado gratuitamente apenas por se encaixar perfeitamente (ou não) nas perspectivas de encontro de alguém. Uma certa vez comentei com alguém sobre como acabamos negando nossas vontades, desejos e até princípios fundamentais quando de repente amamos e daí ouvi uma resposta que me fez realmente refletir. Disseram-me que se algo lhe faz negar-se e em função de uma outra pessoa e que se derrepente isso só acontece de sua parte, você deveria parar e analisar se esta caminhando junto com essa pessoa ou apenas de mãos dadas. Interessante. Quantas vezes insistimos em andar de mãos dadas com alguém e fechamos os nossos olhos em relação a isso e até que ponto vale a pena? O ser humano possui por algum motivo a necessidade de doar-se para ser completo, o que acaba sendo uma contradição ao complemento. Desacredito nessa idéia de uma metade existente que precisa ser obrigatória. Por essa necessidade erronea também muitas pessoas permitem-se passar por martírios "em prol do amor". Tudo isso por uma idéia boba de que para ser bom precisa ser para sempre. Daí, se o que une acaba, se a convivência não é mais possível, se os problemas fazem com que a relação fique deficiente a ponto de que nada consegue repara-la, as pessoas preferem acabar, por força da insistência, com tudo que há de bom do que aceitar que foi bom e durou o que foi possível durar, que fez crescer, que completou e que por um tempo foi ali que se gostaria de estar e se esteve. E não se aceita que um relacionamento chegou ao fim, porque por dividir-se propositadamente em função de uma suposta metade, quando essa metade se afasta, você não é mais inteiro para lidar com isso. É uma anulação de individualidade e um desperdício, se formos pensar, uma redução de 2 em 1. Um acrescimo me parece muito mais apropriado. Acredito que o ser humano nasce inteiro e essa história de metade é uma grande desculpa para possíveis lacunas internas. Não, eu não sou insensível ou coisa parecida, pelo contrário, acredito no amor, adoro me apaixonar, sou do tipo mais romântico, que ainda está nas declarações a moda de Vinicius, nos sonetos e métricas, adoro a sensação de uma entrega total de sentimentos, de fidelidade, de companheirismo, de amizade que um relacionamento pode proporcionar. Mas como fazer feliz quem a gente ama se não começamos a ser felizes primeiro? E como fazer se sentir completo quem a gente ama se não somos completos? É como entregar algo que você não possui, jamais será uma coisa completamente satisfatória. E contraditoriamente, construimos bases e procuramos segurança em outra pessoa e quem disse que qualquer outro é responsável por sua felicidade? A felicidade é própria, é única, é individual e precisa ser assim para futuramente ser compartilhada. Está em enigmas, em códigos ou completamente clara, ainda assim criptografada, mas está principalmente na individualidade de cada pessoa, está primeiramente na individualidade de cada pessoa, de cada ser humano, que sem dúvidas é mais estranho do que a gente pensa.

domingo, 17 de maio de 2009

A mais iludida das mulheres, a mais romantica e utópica? Não, eu não concordo simplesmente com o clichezinho barato de que todos os homens são sacanas e bla bla bla. Na verdade, me enoja e não é pouco a sensação de ter que usar o meu blog e minhas letras rosas para tratar mais uma vez de algo tão cliché realmente. Adoro de fato o que está me provocando escrever. Adoro essa sensação estranha que eu nem sei explicar, uma sensação que só passa quando a última das palavras for depositada sob o contexto explicitado de que homens sacanas são estereotipos. E dai você me diz que eu sou iludida, boba ou qualquer coisa parecida ou ainda que estou defendendo os homens. E eu discordo e te digo: Essa idéia ridicula de que os homens vivem em função de sacanear as mulheres ou simplesmente fazem toda uma volta em busca de conseguir o único objetivo de leva-las, no menor deslize ou devaneio a cama é apenas mais um modo de separa-los das relações humanas como preparados para isso, como nascidos para isso, criados para isso e como pessoas que existem para isso. E dai as mulheres existiriam para ser as vítimas dos carrascos homens? Não não não. Se por acaso conhecer alguem mais feminista que eu, me apresente, porque teremos um monologo legal juntas, mas isso é inferiorizar as mulheres. Quantas mulheres não colocam seus companheiros no bolso com um simples batom mais vermelho, uma saia mais curta ou um olhar mais prolongado? As mulheres usam as suas armas e podem com elas ser fatais, mas ai esqueça a idéia de ser vítima, se prepare para algo com maior nível e maior risco. As mulheres também tem desejos e se for para ser sem compromisso, também estarão desejando. Ou por acaso sexo é algo que se usa para o prolongamento de algo sério? Ou para pior, fazer com que esse algo banal fique sério? Então não há desejo, não há saliva, não há prazer? Ah, tenha santa paciência, meu doce homem másculo e viril, você realmente acha que está se beneficiando sozinho? E dai também vem a loucura de que tudo que os homens falam se refere a desejar ir para cama com você. Meu Deus, me ajude, estou cercada de ninfomaniacos de todos os tipos. Amigos, namorados, pretendentes, professores, colegas. Acho que vou andar por ai assustada. Por acaso passa pela cabeça dessas mulheres que os homens não pensam exclusivamente em mulheres? (embora claro, sejamos as mais claras pretensões, :p) E que talvez mil outras coisas estejam na sua vida e que talvez, ao invés de ficar analisando cada frase como: eu quero ter uma quente noite com você resolvam viver suas vidas, assim como eles e assim como mais um milhão de mulheres que pouco se importam nas suas relações sociais com que raios os homens estarão pensando nas suas cabeçinhas altamente influenciadas por um movimento de pernas (não irei negar também) e resolvem apenas curtir o embalo daquilo chamado vida e encontrar motivos para conversar com os homens sem códigos, devam se preocupar com coisas mais interessantes? Ou ainda, se o mais interessante for sexo, porque apenas para os homens seria? Considerar os homens como únicos nesse aspecto é ainda mais que aceitar, é permitir que sejam machistas. Vamos ter que em pleno século 21, mulheres, garotinhas, lutar também pela igualdade de pensamento na cama? :P

Se não me falha a memória tem vários dias que apareceu isso aqui. E isso é algo que me irrita profundamente porque simplesmente é algo completamente inútil. Mas para que diabos isso apareceu aqui?Espero que ninguém me atrapalhe, porque eu simplesmente preciso de silêncio e espero que alguém faça algum barulho porque eu detesto a idéia de que tudo anda silencioso demais. Ser indireto ou completamente claro, eis a questão. Mas a questão não é de fato essa. Ah, isso tudo me parece muito confuso e andar pela casa pausadamente e tão rápido me contraria e ao mesmo tempo me irrita também. E tudo me irrita por esses dias, claramente estou passando por um daqueles estados, aqueles estados, bom, pouco importa, mas claramente isso não é bom. E você pode por favor deixar isso ai? Isso já me é estranho e ainda preciso passar pela sensação de ter você mexendo ai? Por acaso ficas louco? Achas que isso é algo com que se brinque? Estou com aquela estranha vontade de fazer absolutamente nada enquanto faço absolutamente tudo, entende? Aquela ocupação de tempo e... droga! De novo me vens com idéias estapafúrdias sobre tocar de novo no que se trata disso. Isso é caso encerado, não entendeu ainda? Não, por favor, não faça esse ar de tristeza que eu provoquei, isso me parte o coração, não gosto que provoque isso, entende. Quer saber? Vem cá, deixa isso pra lá.

sábado, 7 de março de 2009


A menina e a Lua

Fim de tarde

O tempo corre etéreo

Uma menina a ver a lua

Um mundo a jazer

Perpétuo

Pecado venial

Dor em azul-marinho

Olhos no horizonte

Um dia a morrer

Sozinho

Cachos dourados

Sobre o colo alvo

A brisa, o mar

Segundos de prazer

A salvo

Adentrando a noite fria,

Nostalgia que emana

Do vislumbre inusitado

Uma menina a olhar a lua

– Bruno Carvalho


Algumas coisas, algumas pessoas, alguns momentos, algumas "13:30" horas nunca são esquecidas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Bom, atendendo a reclamação de Senhor Silier, de que eu não posto no meu blog, estou aqui para encher linguiça, ops, escrever relatos profundos sobre o ócio em que me encontro as 02 e 09 da madrugada, horário em que deveria estar dormindo no terceiro dos meus sonos, mas não estou. Bom, hoje eu estava digitando uma parte do meu projeto-livro para 2010. Descobri que infelizmente, eu sou uma pessoa que tem preguicite aguda. E pior ainda, sou confusa. Tenho uns zilhões de personagens e histórias de vida completamente diferentes e tudo isso num mesmo livro. Os leitores (uns 5 ou 7 que lerão meu livro, aqueles amigos mais próximos) vão ficar malucos com tamanha balbúrdia. Falo de um cara muito triste, de uma advogada de bem com a vida e com saudades, de um psicopata obsessivo, de uma mulher que esconde um segredo e de um casal apaixonado no mesmo livro. Isso parece mais a casa da mãe Joana. Descobri também que adoro o meu blog. Talvez seja minha mania de escrever diários (assumo, tenho uns 6 ou 7 diarios guardados e ainda escrevo diarios atualmente) e que internet destroi qualquer possibilidade de eu ir dormir agora já que deveria querer acordar bem disposta amanhã. Ah, domingo é meu aniversário, parabéns para mim. Vou fazer 17 anos e me sinto exatamente igual a Nanda de 16 anos. A maturidade não chegou ainda, mas vai chegando aos poucos. Não é num estalo que você cresce, cresce um pouquinho por dia. Mas pelo menos agora vou dizer aos meus pais: "Eu já tenho 17 anos e vocês deveriam deixar eu fazer isso ou aquilo". Eu fico reivindicando isso e imagino: Será que um dia a gente sente falta? De mamãe puxando a orelha, de papai indo buscar nas festas? De ser coberto de noite quando faz frio, de tomar chazinho quando fica doentinho? De estudar feito um louco na escola para as provas? Ser filho cansa, mas descansa também. Acho que um dia sentimos falta dessas coisas. Se bem que se depender do meu pai, acho que eu vou ser a princesinha a vida inteira *-* Como eu amo meu pai, minha mãe também. Mãe é mãe e torna-se posto principal, mas eu sou louca por meu pai. Jogamos xadrez juntos, contamos as resenhas, compartilhamos interesses, brigamos feito cão e gato, mas um não vive sem o outro. Adoramos violão, adoramos cinema, odiamos a Xuxa e os dois são loucos por ficção científica. Acho que se eu tivesse que definir o que quero ser, olharia para meu pai e diria que quero ser metade do pai que ele é e representar para meus filhos um terço do que ele representa para mim. Adoro meu pai como profissional, como amigo, como aquele que eu puxo a orelha, como minha base, como jogador de xadrez. Detesto os conselhos sentimentais dele, são péssimos. Ele não sabe consolar e me irrita. Odeio pedir qualquer informação a ele ou pedir que me explique algo, olhar no dicionário demora menos e causa menos problemas. Ele faz piadinhas sem graça que são totalmente engraçadas na voz dele, mas ele é exagerado nisso. Tem um bom humor que chega a dar nauseas. Você vai amar passar um fim de semana em sua companhia, mas vai acabar enchendo o saco das suas graçinhas se tiver que aturá-lo por 17 anos. Adoro os presentes do meu pai. Ele erra bastante na escolha, mas quando acerta, acerta em cheio, sem dúvidas. Ele tem umas idéias bem loucas, parece uma criança as vezes. Vai topar os programas mais legais com meus amigos e morrer de ciumes, mas entender se eu quiser que ele não tope esses programas. Acho que para meu pai eu ainda sou uma menininha, embora ele não mostre sempre isso. Me perturba com os garotos mais "nada a ver" do mundo, mas não faz uma piadinha sobre os que eu me interessaria mesmo :P. Para ele, você é meu amigo, meu idolo, meu professor, homem? Você é gay. É inteligente ao extremo, tem uma linguagem cultissima, é sincero que chega a doer. É um amor de pessoa e vira um irmãozinho chato demais quando quer. É, eu vim encher linguiça e acabei afirmando o que não posso negar: Depois de 17 anos, meu pai continua sendo meu herói.

domingo, 25 de janeiro de 2009

"Que pode lhe dar além de calor, fidelidade"

É verão, são as férias, é o desapontamento e sobretudo: A juventude. Não que eu não me encaixe em algum desses discípulos dos três itens citados, na verdade mesmo sou afetada pelos quatro, diretamente. O verão é uma loucura sensacional, as férias merecidamente devem ser curtidas e o desânimo realmente nos impulsiona a tomar algumas decisões premeditadas e ao mesmo tempo não visualizando o futuramente. Já a juventude é mesmo um tema de difícil abordagem. Ser jovem nos abre portas, caminhos, idéias, oportunidades que as vezes acabamos jogando fora simplesmente por sermos jovens e por pensarmos que coisas melhores virão. Não que se deva contentar-se com a primeira coisa que nos é apresentada, a minha idéia é mesmo contentar-se apenas com o melhor, mas as vezes menosprezamos as escadas, por acharmos que os elevadores chegarão rápido para nos levar ao topo, esquecendo que nessa vida, em tudo, se sobe andar por andar, rápido, devagar, ineficiente ou eficientemente, andar por andar. Subindo e caindo, chegando quase as alturas e desabando, é mesmo assim. Então recusamos idéias boas presentes por idéias otimas que vão chegando. Achar que temos todo o tempo do mundo por sermos jovens, acho eu, uma grande bobagem. O mundo é tão incerto quanto qualquer coisa inimaginavel existente (que paradoxo filho da mãe) e se não driblarmos ele enquanto podemos ficamos passados para trás sem a menor piedade com nossos jovens sonhos e corações, ambos dilacerados. Desaponta saber que metade dos que pregam a ferro e fogo o tão sonhado "carpe diem" nem menos imaginam o que significa ele. Aproveitar o dia não é passar a tarde na praia com o maior número de gatas que você conseguir nem varrer a boate mais badalada nem tão pouco fazer o sucesso maior de todos. Muito menos ainda aproveitar o dia é passar horas e horas na frente de um computador, se alimentando de fios, cabos, redes, idéias, escritas, palavras. Tudo bem, me chame de hipócrita no momento, quem escreve se acostuma com alguns sapos que engole mesmo, ainda mais os escritores amadores, que ainda estão tentando convencer a si próprios de que não é assim tão ruim. O carpe diem passa a virar um objeto de justificativa:" Bom, eu trai porque não sei se vou estar vivo amanhã, então carpe diem" e um objeto de justificativa diria eu, errôneo e cruel. A juventude está errônea e cruel hoje em dia e eu me incluo no meio de toda a juventude, porque não faço mesmo o tipo saudosista nem intocável. Queremos curtir mesmo, zoar mesmo, bagunçar mesmo e sacanear mesmo quem nos sacaneou (fora os malucos que sacaneiam por diversão ou uma vingança maluca de quem não tem nada a ver com isso), não queremos nada sério, não pensamos em namorar, casar ou ter filhos, principalmente no verão. Amamos mais nossos amigos, curtimos muito mais nossos amigos e os relacionamentos duradouros vão ficando lá pra frente, quando acabar o tempo de curtir, ou lá atrás, quando não haverá mais tempo. Generalização nunca é exata, mas tudo bem, o que quero dizer mesmo é que criamos um padrão de curtição, um padrão de idéias, um padrão até de cabelo, um padrão de relacionamentos, e passamos a nos esconder atrás dos padrões, mesmo que em algum momento nós estejamos buscando o contrário,admitir é quase uma revolução. A fidelidade sumiu do espaço, ninguém é de ninguém, porque acho que nunca foi e nunca será, mas agora está tudo desarrumado de uma vez. Pessoas chegam a morar juntas e cultivar um relacionamento aberto. Desculpa a quem ofendo, mas para mim loucura tem limite. Beijar a mesma boca, dormir na mesma cama com um homem que pode estar beijando outra boca e dormindo em outra cama? Pelo amor de Deus. E o pior de tudo é que os tão criticados homens não são o lado mais critico da história não, as mulheres hoje em dia avançaram no sentido da vulgaridade tanto quanto eles. Vários amigos meus, antes "caçadores", já reclamaram que hoje não se acham mulheres para namorar. Não as culpo. Resolver inverter o jogo parece bastante divertido e de fato é. E namorar não é o definitivamente certo nem o obrigatório. Mas será possivel que em determinado momento você não vá querer alguém "que pode lhe dar além de calor, fidelidade"?

sábado, 24 de janeiro de 2009

Em homenagem a minha amiga lindona


Poucas pessoas ultimamente se perguntam o que realmente significa ser chamada de linda. As pessoas levam com total naturalidade, como um elogio qualquer. Mas se analisado a fundo, talvez seja bem mais que isso. Ser bonita fisicamente, ter um porte legal, ser agradavel, ter um bonito sorriso é otimo. Mas ser linda é uma totalidade, ser linda começa com uma boa aúrea, uma boa energia, uma boa cabeça e claro, ser fisicamente bela se encaixa. Mas também pode ser que seja isso tudo uma pura baboseira, já que exaltar palavras e coloca-las lá em cima sempre implica em vulgarização, como se vulgariza o verbo "te amo" como se fosse "bom dia" ou coisas do tipo. Claro que o amor não tem idade nem tempo, mas "eu te amo" não pode ser objeto de convencimento, ou pode, sei lá. Tá tudo muito conturbado por esses tempos e não, eu não sou saudosista. Mas voltando a minha linha de raciocínio, eu sempre consigo desviar minhas linhas de raciocínio (Nanda, você está impossível) algumas pessoas que conhecemos viram especiais num passe de mágica (será mesmo que não existe mágica?) Alguns sorrisos são doces, alguns amigos entram na sua vida dizendo: Oi, vim para ficar, mesmo que se calem. Algumas pessoas devem ser colocadas numa redoma de vidro, como no "pequeno príncipe", sendo a flor ou a raposa que nos cativa. Caramba, para me fazer lembrar o pequeno príncipe e citá-lo, sendo o livro mais perfeito que eu li em toda a minha vida, é, você é especial mesmo, dona Letícia.

Ps: Texto sem finalidades artisticas nem filosoficas, se ele me render um abraço, estou satisfeita.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Caramba, fugiu a minha inspiração. As vezes o grande problema de estar feliz é isso, a falta de tato para a escrita. Parece que fogem todas as poéticas palavras que outrora virariam algo de que você teria uma forte habilidade em manusear. É certissimo o pensamento de quem diz que quando tristes escrevemos melhor. Então, afirmando isso dizemos que a capacidade de expor habilidosamente o que queremos provém apenas do estado de espiríto de estar triste? Negamos então o talento, o jogo de cintura, a forte capacidade de impactar das pessoas que encontram-se bem. Mas, o que é estar bem? Entramos então num pormenor um pouco mais complicado. Estar bem pode significar para alguns e para outros coisas completamente divergentes. Para um poeta conformado, estar triste pode ser estar bem. Caramba, que falta de tato a minha. Bom, mudando um pouco a história de estar bem, triste ou da minha inspiração já ter ido para a Conchinchina há muito tempo e eu estar aqui enchendo a minha própria paciência e de todos os que se atreverem a ler esse texto, falarei hoje sobre o amor. Nossa, mas que grande novidade. Um assunto nada cliché que me foi escolhido mostra mais uma vez a minha grande inspiração, que, espero, seja momentânea. Bom, o que seria o amor? Para alguns é algum tipo de sentimento que transpõe as barreiras do real ou do impossivel, para outros a sensação de leveza indescritível, para outros ainda um sentimento que não acaba nunca, mesmo que você seja encurralado pelas travessuras do amor desleal e fingido, para outros é apenas o dom de viver. Acho que eu fico com a última opção e não defendo a tese então do amor precisar provar ser amor, muito menos se isso significar insistir em sofrer e passar por martírios quase insuportáveis. Certa vez alguém me disse: "Dizer eu te amo é algo muito sério, o amor é para sempre e se você achar que ama alguém e depois achar que ama outra pessoa então quer dizer que na verdade você nunca amou a outra pessoa" Grande bobagem, penso eu. Deus ama todos os seres humanos, os animais e ainda toda a criatura que pensa em vir ao mundo. Quer dizer então que Deus ama apenas a última pessoa que nasceu no mundo? Então você vem e me diz: Mas Deus é um ser diferente, divino, é capaz de amar muitos. E eu pergunto: Se você é um mestre e age de uma forma, não é a intenção principal que os seus seguidores sigam o seu exemplo? Bom, se você então não acredita em Deus, já é algo que devo respeitar. Mas será possível que o ser humano e sua enorme e indescritivel forma seja apenas capaz de gostar demais de uma única pessoa? Eu sinceramente não creio. E sinceramente não prego. Mas isso também não quer dizer que apliquemos ao amor eros a mútua demonstração afetiva se é que você me entende. Acredito na fidelidade e na certeza de que amamos uma pessoa e a queremos para toda a nossa vida ou pelo menos por uma grande parte dela. Se não, não haveria muito sentido nessa bagunça toda. Mas, mesmo que isso seja muito maravilhoso e lindo, precisa ser cultivado. Tolos os que dizem que o amor não acaba ou que mesmo que tudo esteja desandando, você precisa ficar junto, porque é amor, simplesmente. Amor para mim é diferente de tortura. Se as coisas não se encaixam mais, se a admiração acaba, se as pessoas não correspondem mais as expectativas umas da outras, tolera-se, mas por um periodo, depois, não há amor que suporte noites mal dormidas de infelicidade. O amor é divino e poderoso e cura sim, muitas coisas, mas quando o amor começa a ficar doente, é hora de parar, rever ou procurar outro amor, sim, simples. E se outro amor não atrair tanto assim, que tal apelar para o amor próprio? Esse, se bem cultivado, eu garanto, é imutável e eterno. Fora é claro, o amor de Deus, porque esse já ultrapassa as letras e palavras que eu poderia usar. ;)