segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Creio que assuntos inacabados acabam com os envolvidos. Não tenho aquela paciência que gostaria de ter de esperar os problemas se resolverem e o mundo virar bonitinho. Gostaria mesmo de ter. Ou não. Por que assim se sofre muito, não em intensidade, mas em tempo. Aprende-se a conviver com a dor. Creio que não haja nada mais triste do que conviver com a dor. Perdoar então é mais fácil, por que a dor está atenuada com o tempo e as rugas não aparecem fortes, mas aparecem todos os dias. Isso é triste, e pensando bem, é conformismo. Ou uma forma bastante imóvel de lutar por aquilo que se quer. Enfim, prefiro acabar com os assuntos inacabados, embora o término possa acabar comigo, do que permanecer num antro de expectativas médias, mesmo que se concretizem. Minhas dores são profundas, meus choros são lastimáveis, meus sofrimentos me desossam, mas duram somente aquilo que devem durar, não se prolongam, não atenuam, cessam.
Mas é que te percebo a todo instante. Te percebo no cheiro, no gosto, no tato, no contato breve. Te percebo nos olhos, nos olhares, nos pensamentos e nos fulminantes momentos em que meu coração palpita, seja de mágoa, seja de trégua. Te percebo. E perceber-te me faz não pensar-te. E talvez esteja aí o perigo brutal que é sentir. Pensando é mais fácil analisar, medir, somar, subtrair e obter um resultado que pouco faz jus ao sentir. Mas seu gosto...ainda estava na minha boca quando você saiu.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Hoje acordei meio poeta. E não se meta a achar que é certa essa invenção de poetizar. Hoje acordei meio poeta e a inspiração logo me contraria. Já não bastavam as ruas, rimas meio soltas, meio desconcertadas. Já não bastavam os barulhos de uma orquestra silenciosa de um coração que meio distante batia tão forte que parecia, de tão rápido, nem bater. Ainda mais tinham de vir os passos. Ah, os passos. Queria passar por eles, não passear com eles. Queria, na verdade, passar eles. Mas o coração, com toda a mágoa, ainda saltita, ainda soa uma proteção, um vazio, ainda almeja um encontro tranquilo. Ainda almeja encontrar-se tranquilamente consigo mesmo e encontrar aquilo que é realmente importante. O que é? Embora não saiba, algo em mim realmente pretende, ou ao menos espera, descobrir.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

E hoje as palavras saem desordenadas quase que numa ordem qualquer inversa. E hoje a rima, metrica ou sonoridade não interessa, a pontuação não interessa. O sono me interessa, bem como minha cama que não quero levantar para arrumar. Bem como minha vida que bagunça numa facilidade que machuca, doi, castiga. Bem como achar explicações pela sensibilidade extrema ou para o coração acelerado que nada tem a ver com a descarga hormonal. Bem como olhar pra tudo que passou e perceber que nada virá de tão intenso por um bom tempo. Que eu não quero nada nesse quesito de intensidade por um bom tempo. Que intensidade talvez não tenha haver com tempo. Que tempo talvez nada diga. Que tudo está inverso e alternado, espesso e impossivel de definir ou moldar. Que eu já não sei o que digo ou se digo. Que tudo escorre, palavras, letras frases, emoções. Amor, amor, amor. Num nível de cachoeira que eu não consigo conter. Numa cachoeira de lágrimas que não dá pra fechar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011


Sumiram as palavras
Outra vez, em mesma tecla bato
E escolho, e maltrato
Quem em textos me acompanha
E escolho um bom motivo para não me motivar
E escolho uma história e repito e respiro
Nossa, respiro: Num abraço sem final
Nossa, respiro: Num fôlego perdido
E sorrio novamente, tentando me afastar
De uma idéia ou de um motivo que me leve a crer
Que uma frase longa já me entrega...
Que um sorriso breve já me entrega...
Que um piscar de olhos já me entrega
Mas nossa, respiro, respiro, respiro
E o ar certamente me falta.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fugir. Não sei pra onde, não sei por que, não sei por quanto tempo. Fugir, porque isso grita, fugir de uma dor que não se sabe por onde entra, por onde sai e onde fica. Fugir, derramar todas as lágrimas de uma vez, sem medo, sem segurar nada e fugir de uma vez por todas, para sempre.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tenho poucos passos percorridos e talvez alguns abraços esquecidos, mas umas rimas que não se encaixam. Alguns mágicos lugares e redemoinhos de palavras e sentimentos que se confundem muitas vezes em meio a inexperiência da minha vida. Tenho umas memórias apagadas, outras que não quero que venham a tona, outras que vêm de um passado em que a preocupação era bem menor. Por que os filhos dos nossos pais crescem? Além dos nossos irmãos, claro. Por que crescer é tão bom e tão audacioso? É dificil escolher acima de qualquer coisa que caminho você vai trilhar. Não onde vai chegar, isso é impossivel definir, mas por onde vai passar? Que pessoas vai encontrar no caminho? Elas vão conversar contigo enquanto anda ou vão te obrigar a sentar com elas? Elas serão desinteressantes? Ah, não há nada pior que pessoas desinteressantes. Aquelas em que seu pobre ânimo vai extinguindo-se e pede um socorro tão alto a desinteressante e ensurdecedora pessoa. Seja cruel com as pessoas desinteressantes antes que elas sejam com você. Ou seja bobo e morra de tédio. Não aceite muitas criticas, apenas aquelas que venham do fundo da sua alma. Um dia me disseram algo sobre a sociedade: esqueça qualquer coisa que te disserem sobre isso ou vai mergulhar em um mar de superficialidades e futilidades e coisas como: "mas parece muito, tome cuidado". Se preocupe apenas se não tiver a mente forte o suficiente, por que você vai precisar engolir sapos ao inves de cuspi-los ou solta-los numa lagoa se tiver a mente fraca. Eu não acho que sapos vivos possuam um bom gosto, mas tem gosto pra tudo. Não tenho a menor ideia do que trato aqui, mas tenho total idéia de que me trato sempre por aqui, em meio a essas mesmas letras que infiéis e ao mesmo tempo leais, acabam comigo ou comigo acabam.