terça-feira, 29 de setembro de 2009

Preciso escrever. É necessário inebriar-me nesse paralelo de idéias e letras que surgem, naturalmente ou ainda por necessidade extrema de extravasar qualquer coisa que seja. Tenho me sentido impotente pela minha incapacidade, espero que provisória, de organizar idéias, já que, paradoxalmente, elas não surgem com tanta leveza ultimamente. Não sei bem o que tem acontecido. Parece que derrepente eu tenho um público alvo e esse alvo não deve ser atingido. Confuso, não é? Pois é, para mim é ainda mais confuso. Dai eu sinto a necessidade de não parar por nenhum segundo de digitar, para que as idéias não corram, não fujam, para que eu não corra o risco de derrepente o meu desejo fugir a mente, o meu foco fugir a mente. Costumo dizer e penso que todas as vezes que eu escrevo algo, na verdade essa coisa já encontra-se pronta, eu apenas transponho-a para um modo mais concreto, para um papel ou até mesmo para um blog. Acho que o que me motiva são os extremos. Os sentimentos fortes, as emoções fortes são extremamente perigosas, mas extremamente atrativas e quando elas vêm de surpresa, de forma imprevisivel, é ainda melhor. Eu venho por algum motivo, talvez, atingindo uma espécie de equilibrio parcial. O que não é de todo ruim, pelo contrário, mas quebra uma certa inconstantibilidade e loucura caracteristica. Muitas das pessoas mais brilhantes e interessantes que eu conheço são absolutamente inconstantes. A imprevisibilidade abre um milhão de portas. Como diria alguem cujo qual eu admiro muito, "cada pessoa é um milhão de possibilidades" é gostoso pensar assim, é gostoso poder descobrir possibilidades completamente inversas em apenas uma pessoa, é ainda mais gostoso descobrir como podemos nos surpreender, de variadas formas, com variadas intensidades. Qual é a graça de saber o que vai acontecer sempre? É gostoso se surpreender, principalmente consigo mesmo, é descobrindo mais sobre nossas possibilidades que vemos que podemos transpor idéias, ideais, pensamentos, sonhos, que podemos transpor o mundo. Por isso, o risco é necessário. É muito arriscado não ser linear, não ser constante, não ter uma linha total de pensamentos e atitudes. É muito arriscado decepcionar-se consigo mesmo, derrepente perceber que os seus planos hoje não fazem o menor sentido e talvez tenham feito o mínimo sentido um dia, apenas o mínimo sentido. É muito arriscado decepcionar também. Mas sem arriscar, a vida é muito mais arriscada. Deixar de viver é muito mais fácil do que morrer, mesmo que não se perceba isso diversas vezes. Dai, se privar dos riscos é se privar de sentir, é se privar de viver. É claro que você não precisa assumir a carapuça da loucura geral, mas extravassar nos riscos é um risco que sinceramente, eu prefiro correr.